Projeto Social Iapala
Apoio à Missão de Iapala em Moçambique
( Colónia – Iapala )
Este grupo foi criado na nossa comunidade em 1985, altura em que a Ir. Assunção Osório, da Congregação das Irmãs de S. João Batista ( congregação que estava nesse tempo ao serviço da comunidade portuguesa ) é transferida para a missão de Iapala em Moçambique.
Nos primeiros anos é recolhida roupa e outros artigos necessários, que eram empacotados e mandados pelo correio para Iapala. Foi a primeira contribuição da nossa comunidade em favor dos mais necessitados, no tempo em que Moçambique se encontrava em guerra e muito carenciado em todos os âmbitos. Formou-se bem cedo um grupo de benfeitores que contribuiam com uma mensalidade fixa, enviando-se esse montante adquirido no tempo do Natal para Moçambique.
Em 1986 iniciamos a confeção de “Coroas de Advento” como meio viável para mobilizar a comunidade no seu empenho solidário. Primeiramente confecionadas para a comunidade de Colónia, nos últimos anos para todas as nossas comunidades. Com a ajuda de muitos membros da nossa comunidade conseguimos manter esta tradição durante 30 anos. Muito apoio conseguimos dar a Iapala: combate à desnutrição das crianças, formação laboral à mulher, apoio aos estudos dos seminaristas, contrução de infantários e escolas etc. )
Hoje depois de mais de 30 anos, damos continuidade ao grupo dos benfeitores mensais, cujo contributo se envia anualmente no tempo do Natal para Moçambique, proporcionando assim uma festa natalícia diferente áquelas crianças.
O apoio a tantas crianças desnutridas, a formação da mulher e acompanhamento das famílias é o núcleo central do trabalho desta congregação que só em Nampula tem de cuidar de mais de 1500 crianças além de muitas famílias carenciadas, idosos e doentes.
Como contribuir
Se estiver interessado em contribuir com uma doação ou tornar-se membro do grupo de apoiantes, é sempre bem-vindo. Existe a opção de uma contribuição mensal opcional no valor de 5,00€, 10,00€ ou 20,00€. No final do ano, será emitido um comprovativo IRS (Spendenbescheinigung für die Steuererklärung ) e os membros receberão atualizações sobre o grupo ao longo do ano.
Entre em contato
- Tel: 0221 3556558
- secretariamissaoportuguesa@gmail.com
Comunidade Central
É uma comunidade onde normalmente funciona uma das etapas de formação e serve de apoio a todas as comunidades, pois é a comunidade central. Têm estado também as Irmãs junioras em formação. A comunidade dedica-se no apoio às crianças em idade escolar. Uma Irmã orienta o Centro Polivalente Santa Cruz contando com a colaboração de uma das Irmãs. Dedicam-se também a assistência social a crianças e velhos desfavorecidos nas várias áreas. Pertencem a esta comunidade as Irmãs: Assunção, Flora, Atanásia, Elisabete, Odelta, Telvina
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- Tel: 0221 3556558
- secretaria@missao-portuguesa.de
Temperatura em Moçambique
Como em Moçambique de noite, a temperatura pode descer a 14 ou 15 graus e as pessoas não têm como se agasalhar é sempre bom ter amigos desta missão que organizam roupa e calçado, que distribuímos às famílias mais vulneráveis. Cada família podia escolher um determinado número de peças, de acordo com o tamanho da família.
Queridos Amigos
Desta vez estou a escrever-vos para dar notícias da nossa missão.
O ano escolar iniciou a 23 de Janeiro com as escolas completamente cheias de crianças. Chegam em bandos, muitas vezes descalços, abraçados aos seus cadernos e com a esferográfica na mão. Mochilas são para os meninos ricos. Sentam-se três ou quatro em carteiras de dois e os que mesmo assim não cabem sentam-se no chão. Ninguém reclama, o importante é entrar dentro da sala de aula. A maioria vem em jejum, pois o pouco que as famílias pobres conseguem, guardam-no para a hora do almoço. Os mais carenciados (cerca de 170) vêm tomar o pequeno-almoço em nossa casa (1ª e 2ª classes) ou no Centro (3ª e 4ª): pão com manteiga ou doce, leite e bananas.
A escola primária mais próxima, com mais de 4.000 alunos, funciona em 4 turnos: das 7:00 às 9:30, 10:00 às 12:30, 13:30 às 16:00 e curso noturno. Podem imaginar as crianças pequenas que saem da escola às 9:30 e passam o resto do dia na rua? Ou que só entram na escola à tarde? Trabalhos para casa são coisa que não existe: nem as crianças têm condições para os fazer nem os professores, com turmas que chegam a ser de 100 crianças, conseguem ter tempo para os corrigir. Foi esta situação que nos levou a iniciar uma ATL no Centro, para pelo menos os ocupar e ajudar a desenvolver mais umas horas por dia. Têm uma hora e meia de explicação e estudo acompanhado e uma hora e meia de atividades: bordados, tecelagem em palha, olaria, informática, trabalhos com missangas, desenho, colagens, pintura, jogos, dança tradicional, etc. Entre a explicação e as atividades, um pequeno lanche. Os que estudam de manhã vêm à ATL de tarde e vice-versa. Infelizmente não temos espaço para todas as crianças que apoiamos: 850, só da 1ª à 7ª classe e perto de 300 da 8ª à 12ª. Optámos por escolher os melhores alunos – se, sendo tão pobres, já conseguem ter um bom aproveitamento escolar, temos esperança que um dia possam tirar um curso. Temos 17 na Universidade… e mais uns quantos a fazer pequenos cursos de eletricidade, serralharia, meios frios, secretariado, etc.
No Jardim Infantil do nosso Centro Social temos 250 crianças matriculadas, 150 das quais foram escolhidas entre as famílias mais pobres do bairro e frequentam gratuitamente, com o vosso apoio. Todas as crianças apoiadas receberam roupa e calçado no início do ano, além de dois bibes, e têm a obrigação de se apresentarem sempre limpas.
A situação económica continua muito difícil… As nossas irmãs que estão fora da cidade, criam coelhos e frangos e contaram um caso que faz arrepiar: um saco de farelo estragou-se, apanhou bolor e as irmãs tiveram que o deitar fora, por já não estar em condições para o dar aos animais. No entanto… não foi preciso muito tempo para as pessoas do bairro se aperceberem e começarem a vir buscá-lo para cozinhar e comer! E vinham perguntar às irmãs se não tinham mais! É impressionante!
Embora seja uma gota de água, vamos fazendo o que podemos! Muito, muito obrigada a todos os que nos têm ajudado!